Estudo: negros e asiáticos têm maior risco de câncer de próstata agressivo

O câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais frequente na população masculina brasileira, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Só no Brasil, estima-se que surjam 68 mil casos novos por ano, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer).

Analisando homens de mais de 40 anos na região metropolitana e São Paulo, um novo estudo publicado na revista científica International Brazilian Journal of Urology aponta que os tumores de alto risco foram mais prevalentes entre os asiáticos seguido pelos negros. “Existe uma razão biológica que ainda não é totalmente conhecida por trás dos dados. Estudos norte-americanos também apontam que os negros têm maior risco, embora não seja uma população que historicamente migrou do mesmo lugar que os negros brasileiros. Já os asiáticos, especialmente chineses e japoneses, são conhecidamente homens com menor risco dessa doença. No entanto, a região de onde migraram para o Brasil — onde taxas mais altas podem ocorrer— também pode ser uma pista da propensão aos tumores”, diz Renato Oliveira, cirurgião oncológico do IUCR (Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica) e do departamento de Uro-Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Diante da miscigenação da população brasileira, há a necessidade de busca de evidências científicas que reforcem o real impacto das estratégias de rastreamento populacional focadas em diagnóstico precoce e redução de mortalidade por câncer de próstata.

Por isso, os autores descrevem, na pesquisa, o perfil epidemiológico da doença, levando em conta características geográficas e econômicas determinadas por questões migratórias e de imigração.

Como o estudo foi feito A pesquisa analisou os resultados de exames de 9.692 brasileiros que se inscreveram em um programa de prevenção e rastreamento de câncer de próstata oferecido pelo A.C.Camargo Cancer Center de forma gratuita e voluntária.

O programa de prevenção de câncer de próstata, iniciado em 2013, compreendeu o exame de nível de PSA total e exame de toque retal, ambos durante a primeira consulta.

Foram realizados exames complementares, como ultrassonografia e biópsia, em casos suspeitos de câncer. Entre os pacientes inscritos, 251 (2,6%) foram diagnosticados com câncer de próstata.

Com base nesse número, concluiu-se que foi diagnosticado um caso de câncer para cada 38,9 homens rastreados e, para cada doença confirmada foram necessárias 2,1 biópsias.

Entre os 251 pacientes diagnosticados com câncer de próstata no programa, 27,9% (70 casos) foram classificados como tumores de baixo risco, 29,5% (74) como de risco intermediário e 42,6% (107) como doença de alto risco.

Na amostra, 64,7% (6.274) homens foram considerados brancos, 23,2% (2.246) pardos, 6,3% (610) negros e 5,8% (561) amarelos (do leste asiático).

Todos os pacientes diagnosticados foram encaminhados para o Departamento de Urologia do A.C.Camargo Cancer Center e a maioria recebeu o tratamento na instituição.

Embora o estudo não seja grande o suficiente para indicar que a relação valha para o Brasil todo, Oliveira destaca que ainda assim é importante que os profissionais de saúde tenham maior atenção a esses grupos para o diagnóstico precoce.

“Considerando a grande proporção de câncer de alto risco, fica clara a importância de se informar pacientes e profissionais de saúde sobre as particularidades dos casos nessa população”, ressalta o cirurgião, que é o autor principal do estudo.

Cerca de 70% dos casos são diagnosticados nos países mais desenvolvidos A importância do rastreamento é ressaltada na medicina brasileira, mas o “custo-benefício” não é consenso global. Alguns estudos norte-americanos, por exemplo, mostram que não houve redução da mortalidade com detecção precoce.

O diagnóstico é mais comum, em 70% dos casos, em países desenvolvidos. Isso se dá, de acordo com o médico, por dois fatores principais: a falta de acesso à saúde e a falta de informação (o que inclui o comum preconceito masculino com os exames necessários para detecção dos tumores).

“Em geral, dada a redução da incidência de casos mais avançados e da redução mortalidade, acreditamos o emprego da política de rastreamento para o câncer de próstata mostrou sua vantagem do ponto de vista da custo-efetividade e de custo-utilidade, demonstrando o benefício de sua adoção no contexto da saúde pública brasileira, quando comparado à população não rastreada”, destaca Renato Almeida de Oliveira.

Por sua vez, segundo ele, mais estudos randomizados, controlados e mais abrangentes devem ser realizados para melhor embasamento na tomada de decisão sobre os métodos de rastreamento e tratamento de pacientes com câncer de próstata.

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