Nesta segunda-feira (31/5) é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco e, por isso, médicos e especialistas chamam atenção para os males causados pelo hábito de fumar. E o câncer de pulmão se apresenta como o maior deles.
E isso mesmo após interromper o consumo, haja vista que os efeitos do cigarro causam danos ao organismo também a longo prazo, podendo levar ao surgimento de células malignas.
Segundos dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 30 mil brasileiros são diagnosticados com câncer de pulmão por ano – esse tipo de tumor está entre os líderes em incidência no país, com cerca de 13% de todos os casos registrados.
Além disso, essa neoplasia é a doença oncológica que mais mata. Levantamento do Atlas de Mortalidade por Câncer de 2019 indica 29.354 mortes em decorrência dessa do câncer de pulmão a cada ano.
“Cerca de 80% dos tumores de pulmão são relacionados ao tabaco. Alguns números falam 80%, outros 85%. Por quê? Porque o cigarro tem dezenas de carcinógenos, substâncias químicas capazes de lesar o DNA da célula da via respiratória, como as células pulmonares, e induzir mutações e alterações que, no final, vão levar ao surgimento do câncer. E isso está relacionado à carga de fumo, ou seja, a quantidade de cigarros fumados por dia e ao tempo de fumo”, diz Carlos Gil Ferreira, oncologista torácico e presidente do Instituto Oncoclínicas.
Segundo ele, para saber o risco de acometimento há o que é conhecido como carga tabágica, que é dada pela multiplicação dos números de maços de cigarros fumados por dia pelo número de anos que o paciente fumou. “Quanto maior a carga tabágica, maior o risco de câncer de pulmão.”
Carlos Gil Ferreira explica, ainda, que os sintomas, diagnóstico e tratamento da doença, todos cruciais para uma boa chance de cura, dependem de variáveis.
Quanto aos sinais, que devem ser observados a fim de reconhecer o acometimento pela neoplasia, os respiratórios precisam de atenção: “o surgimento de sintomas respiratórios que não melhoram dentro de algumas semanas com medicamentos ou atendimento médico primário, deve indicar preocupação e, portanto, é necessário procurar um atendimento especializado.”
Mas quais, de fato, são esses sintomas respiratórios? Conforme o oncologista, tosse persistente, falta de ar, dor torácica, emagrecimento e tosse com escarro sanguinolento. E esses sinais variam entre pessoas fumantes e não fumantes, pois os não fumantes geralmente não têm sintomas respiratórios.
“Então, qualquer surgimento de um novo sintoma persistente demanda atenção e atendimento médico para avaliação. Por outro lado, os fumantes já têm naturalmente sintomas respiratórios: tosse crônica e às vezes falta de ar com esforços.”
“Nesse caso, mudança de padrão desses sintomas, ou seja, o aumento da falta de ar ou mudança no aspecto ou padrão da tosse devem levar necessariamente à busca de atendimento médico”, recomenda.