BH recruta pacientes para tratar câncer de próstata

O câncer de próstata já representa quatro em cada 10 tumores que atingem os brasileiros com mais de 50 anos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 69 mil homens são diagnosticados com a doença por ano. O tumor na próstata é também o segundo câncer em causas de morte, com 13 mil óbitos anualmente e atrás somente do de pulmão. A cada hora, 7,8 homens recebem a notícia da doença. Novembro foi instituído o mês dedicado a falar sobre esse assunto, no intuito de alertar a população masculina para o tema, já que o diagnóstico precoce do câncer de próstata aumenta a chance de cura da doença.

Cancer de ProstataPesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), no entanto, evidencia como a saúde masculina é negligenciada: 51% dos entrevistados com mais de 45 anos nunca foram ao urologista. A realidade em Belo Horizonte é ainda pior: 73% afirmaram que nunca se consultaram com especialistas em saúde masculina. 

A notícia boa em período da campanha Novembro Azul é que o Brasil é um dos países que estão testando uma nova terapia para pacientes com diagnóstico de tumor na próstata com metástases ósseas. A primeira fase do estudo internacional, intitulado Alsympca – que testou a droga rádio-223, já comercializada fora do Brasil e com perspectivas de ser aprovada em breve por aqui –, constatou a redução do risco de morte em 30% comparado ao placebo, aumentou significativamente o tempo para a progressão de um evento esquelético, de 10 para 16 meses, e mostrou também que o medicamento foi bem tolerado.

De acordo com o professor de medicina e oncologia e pesquisador do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) André Márcio Murad, o sucesso dessa primeira etapa de testes da rádio-223 motivou a condução de um novo estudo clínico para incrementar ainda mais a eficácia do medicamento. “Na primeira etapa, a droga foi usada na fase final da doença, quando quase nada poderia ser feito pelos pacientes”, afirma.

Nesta etapa, a droga será associada a um agente hormonioterápico. A abiraterona já está comercialmente disponível e é indicada para o tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático que falharam ou progrediram ao uso de um tratamento hormonal de primeira linha. “Se o paciente tem metástase óssea e não responde à hormonioterapia de primeira linha, o protocolo é passar para as medicações de segunda linha. Nessa fase do estudo clínico, o uso da rádio-223 será acrescentado à medicação de segunda linha”, detalha o especialista.

No Brasil, o Centro Avançado de Tratamento Oncológico (Cenantron) está conduzindo a segunda fase desse estudo em Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, e um dos investigadores principais no país é o oncologista André Murad. Os testes também estão sendo iniciados em vários países do mundo. 

A primeira consulta ao urologista deve ser realizada aos 45 anos para aqueles que têm histórico familiar com a doença e 50 anos para os demais. Mas um dos maiores problemas para um diagnóstico precoce do câncer ainda é o preconceito. “Não existe outra forma de se realizar um diagnóstico que não seja por meio de um exame de sangue para se medir o hormônio PSA (antígeno prostático específico), acompanhado do toque retal. Trata-se de um exame que demora, no máximo, 20 segundos, mas que pode mudar sua vida”, diz Marcelo Salim, presidente do Hospital Urológica, em Belo Horizonte.

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Metástase óssea

O oncologista André Márcio Murad explica que a metástase óssea é quando o tumor atinge a matriz dos ossos e faz com que os osteoblastos passem a provocar o crescimento ósseo exagerado. Segundo ele, a rádio-223 é uma substância radioativa que emite partículas alfa no organismo e alcança e combate as metástases ósseas produzidas pelo câncer de próstata ao mimetizar o cálcio, ou seja, o osteoblasto acha que essa partícula é cálcio. O especialista esclarece ainda que o excesso de osso que comprime as estruturas nervosas, provoca um peso exagerado na coluna e que pode ocasionar fraturas. “O medicamento destrói as células tumorais, mas poupa os tecidos adjacentes aos tumores e também a medula óssea”, reforça Murad. Dessa forma, os ossos tendem a voltar à normalidade e ficar anatomicamente mais equilibrados. “A dor cessa e tem um impacto significativo no prolongamento da vida”, afirma ele.

Como participar 

Serão sorteados 800 pacientes com diagnóstico de câncer de próstata com metástase óssea que receberam o tratamento hormonal, mas que apresentam a progressão da doença. Ou seja, é necessário que esse homem tenha sido previamente tratado com uma linha de medicação hormonal, que usualmente compreende a associação de um bloqueador de testosterona (geralmente a bicalutamida) e um bloqueador central de hormônio liberador de luteínico (os chamados agonistas ou antagonistas de LH-RH). O interessante do estudo é que mesmo os pacientes que receberem o placebo, em vez da rádio-223 associada à hormonioterapia de segunda linha, serão beneficiados com essa abordagem, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponibiliza a abiraterona. Os interessados em participar do teste podem entrar em contato pelo telefone (31) 98412-9058.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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